sábado, 24 de novembro de 2007




Antes de Foucault publicar a sua "História da Sexualidade", o antropólogo francês (de origem Russa) Marcel Sapir escreveu um pequeno livro sobre o modo como as relações de poder encontravam uma tradução particular nas "coreografias" sexuais. O sexo sempre foi espaço de encenação. As representações do sexo, desde as mais "sujestivas" às mais explicítas, eram, de um modo ainda mais claro, "espaço encenado". As imagens que se propõem a revelar, ao natural, a prática sexual quase sempre eram dominadas pelos mais diversos preconceitos que reduziam a representação a uma grotesca caricatura. O "corpo-sexuado" tende a ser um significante hiper-significado, o que parece querer dizer que o sexo nos não basta. O prazer vem daquilo que ele representa e muitas vezes das correspondências entre o que nós fazemos e o "espaço imaginário" que, através do sexo, pretendemos habitar.

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